sexta-feira, 8 de maio de 2015

Livro: Ovelhas Negras

Ganhei esse livro de amigo secreto no meu antigo trabalho, no PJ. De uma pessoa que eu conhecia desde tinha começado a trabalhar lá, mas como não era no mesmo lugar, não criamos amizade. Mesmo depois que a "criatura" foi trabalhar no mesmo setor que eu, mas em prédios diferentes.
Enfim, sobre a história do livro. Não é uma história, são contos. E foi o primeiro livro que eu li que é nacional. Sinceramente, não eu não terminei de ler os contos. Mas a princípio, gostei, principalmente do conto A maldição de Saint-Marie que não compartilharei com vocês porque se não, vou acabar contando a história. O bom desse livro, é que tu pode levar para uma viagem e ler quando não tem nada pra fazer ou durante a viagem, porque são contos.
Confesso a vocês, que no início eu não sabia porque era censurado; então chegando mais para parte do final do livro, percebi que os contos estavam ganhando novos rumos, e ficando um tanto mais "quentes" comparado ao início do livro.

O livro é do Caio Fernando Abreu, com contos de 1962 a 1995.

Introdução: Nunca pertenci àquele tipo histérico de escritor que rasga e joga fora. Ao contrário, guardo sempre as várias versões de um texto, da frase em guardanapo de bar à impressão no computador. Será falta de rigor?  Pouco me importa. Graças a essa obsessão foi que nasceu Ovelhas Negras, livro que se fez por si durante 33 anos. De 1962 até 1995, dos 14 aos 46 anos, da fronteira com a Argentina à Europa. Não consigo senti-lo - embora talvez venha a ser acusado disse, pois escritores brasileiros geralmente são acusados, não criticados - como reles fundo-de-gaveta, mas sim como uma espécie de autobiografia ficcional, uma seleta de textos que acabaram ficando fora de livros individuais; outros, por mim mesmo, que os condenei por obscenos, cruéis, jovens, herméticos etc.; outros ainda simplesmente não se enquadram na unidade temática ou/e formal que sempre ambicionei em meus livros de contos. Eram e são textos marginais, bastardos, deserdados. Ervas daninhas, talvez, que foi aliás um dos títulos que imaginei. Foram às vezes publicados em antologias, revistas, jornais, edições alternativas. Mas grande parte é de inéditos relegados a empoeiradas pastas dispersas por várias cidades, e que só agora - como pastor eficiente que me pretendo - consegui reunir. Cada como tem seu "o conto do conto", frequentemente mais malucos que o próprio, e essas histórias também entram em forma de miniprefácios. A ordem é quase cronológica, mas não rigorosa: alguns tinham a mesma alma, embora de tempos diversos, e foram agrupados na mesma, digamos, enfermaria. Eram cerca de seiscentas páginas e cem textos, material para uns três rebanhos... O que ficou foi o que me pareceu "melhor", mas esse "melhor"  por vezes é o "pior" - como a arqueológica novela A maldição dos Saint-Marie, melodrama escrito aos quatorze anos. Claro: há autocomplacências, vanguardismos, juvenílias, delírios, lisérgicos, peças-de-museu. Mas jamais o assumiria se, como às minhas outras ovelhas brancas publicadas, não fosse eu capaz de defendê-lo com unhas e dentes contra os lobos maus do bom-gostismo instituído e estéril. Remexendo , e com alergia a pó, as dezenas de pastas em frangalhos, nunca tive tão clara certeza de que criar é literalmente arrancar com esforço bruto algo informe do Kaos. Confesso que ambos me seduzem, o Kaos e o in ou dis-forme. Afinal, como Rita Lee, sempre dediquei um carinho todo especial pelas mais negras das ovelhas. ( O Autor-Pastor 1995)

Então, é tudo que tenho a dizer por hora!! É um bom livro para presente.

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